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Declarações de Donald Trump geram tensão diplomática e reacções de AbujaO Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que poderá ordenar uma intervenção militar na Nigéria, caso o governo nigeriano não adote medidas “imediatas e eficazes” para travar os ataques contra comunidades cristãs no norte do país.
As declarações foram feitas este fim de semana, através de uma publicação nas suas redes oficiais, na qual o líder norte-americano acusou as autoridades nigerianas de “fechar os olhos” perante a crescente violência e prometeu “agir com força total” caso a situação se mantenha.
Em resposta, o Governo nigeriano considerou a ameaça “inaceitável” e sublinhou que a Nigéria é um Estado soberano, comprometido em combater o terrorismo e proteger todos os seus cidadãos, “sem distinção de religião ou origem”.
Fontes diplomáticas em Abuja afirmam que a chancelaria nigeriana está a preparar uma nota de protesto formal, e que o embaixador norte-americano no país poderá ser convocado para esclarecimentos.
A Nigéria enfrenta há mais de uma década uma grave crise de segurança provocada pela ação de grupos extremistas, como o Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental, responsáveis por milhares de mortes e deslocações internas. Os ataques a comunidades cristãs e muçulmanas têm aumentado nos últimos meses, alimentando tensões religiosas e étnicas.
Nos últimos anos, o país tem recebido apoio logístico e de inteligência de parceiros ocidentais, mas sem a presença direta de tropas estrangeiras. A eventual intervenção militar norte-americana representaria uma escalada sem precedentes nas relações bilaterais.
Até ao momento, a Casa Branca não apresentou qualquer plano oficial de ação, e o Pentágono limitou-se a afirmar que “acompanha de perto a situação”. Observadores internacionais alertam que uma intervenção desta natureza poderia desestabilizar toda a região da África Ocidental, afectando a segurança e os fluxos económicos entre os países vizinhos.


