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Envio de 320 mil barris marca novo capítulo na indústria energética africana e reforça o papel da Nigéria no mercado globalA Nigéria alcançou um feito histórico ao exportar, pela primeira vez, gasolina refinada para os Estados Unidos da América, consolidando-se como um novo protagonista no comércio global de combustíveis.
O navio-tanque Gemini Pearl atracou recentemente no porto de Nova Iorque, transportando 320 mil barris de gasolina produzidos pela Refinaria Dangote, localizada em Lagos. O carregamento foi comercializado pela Vitol e adquirido pela distribuidora americana Sunoco, cumprindo todos os padrões de qualidade exigidos pelo mercado norte-americano.
Avaliado em 20 mil milhões de dólares, o complexo industrial de Dangote é o maior investimento privado de África e tem capacidade para processar 650 mil barris de crude por dia. A sua entrada em funcionamento, em 2024, permitiu à Nigéria substituir importações e, pela primeira vez em décadas, exportar excedentes de produção.
“Este marco demonstra a capacidade africana de competir ao mais alto nível e de exportar não apenas recursos brutos, mas também valor e conhecimento”, afirmou Aliko Dangote, fundador do grupo.
Durante anos, o país enfrentou o paradoxo de produzir petróleo, mas depender da importação de combustíveis. Hoje, com a Dangote a operar em plena capacidade, a Nigéria começa a alterar o equilíbrio energético do continente — fornecendo mercados africanos, europeus e agora norte-americanos.
Mais do que uma transação comercial, o envio simboliza a emergência de uma nova África industrial, capaz de transformar os seus próprios recursos e disputar espaço nas cadeias globais de valor.



